Adjudicação Compulsória: O que é e como funciona?

A adjudicação compulsória é um importante mecanismo jurídico utilizado para regularizar a propriedade de um imóvel quando o vendedor se recusa ou se encontra impossibilitado a formalizar a transferência da propriedade através da escritura pública.

Esse processo é especialmente relevante em situações onde, apesar do pagamento do preço acordado e do cumprimento de todas as condições do contrato de compra e venda, o comprador enfrenta dificuldades para obter a titularidade do imóvel.

Neste artigo, vamos explorar em detalhes o que é a adjudicação compulsória, como funciona, suas modalidades (judicial e extrajudicial) e quais são seus principais aspectos legais.

O Que é Adjudicação Compulsória?

A adjudicação compulsória é uma ação que visa a transferência forçada da propriedade de um imóvel do vendedor para o comprador. Esse procedimento é necessário quando, após o cumprimento de todas as obrigações do contrato de compra e venda, o vendedor se recusa ou está impossibilitado de assinar a escritura pública que formaliza a transferência de propriedade.

Requisitos para a Adjudicação Compulsória

Para que a adjudicação compulsória seja possível, alguns requisitos devem ser atendidos:

  • Compromisso de Compra e Venda: Deve existir um compromisso de compra e venda formalizado entre as partes, que pode ser particular ou público, desde que esteja devidamente assinado por ambas as partes.
  • Pagamento Integral: O comprador deve ter efetuado o pagamento integral do preço do imóvel ou estar em dia com as parcelas, conforme estipulado no contrato.
  • Recusa ou Impossibilidade do Vendedor: O vendedor se recusa a assinar a escritura pública de transferência de propriedade ou está impossibilitado de fazê-lo, seja por falecimento, desaparecimento ou outras razões.

Procedimento da Adjudicação Compulsória Judicial

O processo de adjudicação compulsória judicial envolve os seguintes passos:

  • Entrada com a Ação: O comprador deve ingressar com uma ação judicial de adjudicação compulsória, representado por um advogado, na localidade onde se encontra o imóvel.
  • Prova Documental: É necessário anexar ao processo todas as provas documentais que demonstrem o cumprimento das obrigações contratuais, incluindo o contrato de compra e venda, comprovantes de pagamento e demais documentos pertinentes.
  • Citação do vendedor: O vendedor será citado para apresentar sua defesa
  • Decisão Judicial: Após a análise do caso e das provas apresentadas, o juiz poderá determinar a adjudicação compulsória, ordenando a transferência da propriedade do imóvel ao comprador.
  • Registro no Cartório: Com a sentença favorável, o comprador deve registrar a decisão judicial no Cartório de Registro de Imóveis competente, formalizando a transferência da propriedade.

Adjudicação Compulsória Extrajudicial

Além do procedimento judicial, a adjudicação compulsória também pode ser realizada de maneira extrajudicial, desde que atendidos certos requisitos.

Esta modalidade não exige a intervenção do judiciário. Os principais requisitos são:

  • Contrato de Compra e Venda: Assim como na via judicial, é necessário ter um contrato de compra e venda formalizado.
  • Inadimplemento do Vendedor: O vendedor deve estar inadimplente quanto à obrigação de outorgar a escritura pública.
  • Notificação Extrajudicial: O comprador deve notificar o vendedor, por meio de cartório de títulos e documentos, para que este cumpra a obrigação de outorga da escritura pública no prazo de 15 dias.
  • Inércia do Vendedor: Caso o vendedor não cumpra a notificação, o comprador pode requerer a adjudicação compulsória diretamente no cartório de registro de imóveis, instruindo o pedido com os documentos necessários.

Vantagens da Adjudicação Compulsória

A adjudicação compulsória, tanto judicial quanto extrajudicial, oferece diversas vantagens para o comprador que enfrenta dificuldades na obtenção da escritura pública de transferência de propriedade:

  • Segurança Jurídica: O comprador obtém a titularidade do imóvel de forma segura e legítima, reconhecida judicialmente ou extrajudicialmente.
  • Cumprimento do Contrato: Garante que os direitos contratuais do comprador sejam respeitados, mesmo diante da recusa ou impossibilidade do vendedor.
  • Regularização: Contribui para a regularização imobiliária, assegurando que os imóveis estejam devidamente registrados em nome de seus legítimos proprietários.

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A adjudicação compulsória é uma ferramenta essencial para garantir a transferência de propriedade de imóveis quando o vendedor se recusa ou está impossibilitado de formalizar a escritura pública.

Com este mecanismo, o comprador pode assegurar seus direitos e obter a titularidade do imóvel de forma legítima e segura.

Para ingressar com uma ação de adjudicação compulsória ou realizar o procedimento extrajudicial, é obrigatória a presença de um advogado. Um profissional especializado na área imobiliária poderá orientar e conduzir o processo de maneira adequada.

Entenda a importância de um profissional especializado

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Esther
Esther
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Alien Flora Judite
Alien Flora Judite
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